quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A gota d'água

Só pra deixar claro, eu não quero "fugir de casa"



Esses dias eu estava cantando "Pais e Filhos", do Renato Russo, junto com minha mãe e quando chegamos em "é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..." eu parei e perguntei (afinal) o que é que esse refrão tinha a ver com o título. "Nada tem a ver quando é Renato Russo". Pois é, isso veio da minha mãe, para a minha surpresa. Gosto de cantar com ela porque a boa música sempre cria o ambiente perfeito para uma discussão construtiva. Por exemplo, essa. Assim que ela me disse aquilo começamos a conversar sobre o nada a ver das músicas do Renato Russo e o modo como ele pegava coisas sem sentido ou ligação aparente e juntava numa música incrível. Mas acho que o mais inteligente (ou não) disso tudo é que a única forma de entender as poesias o Renato é sabendo o que ele sentia no momento (isso também entrou na discussão), o que, diga-se de passagem, é meio impossível (o cara era louco). Até porque não dá mais pra fazer entrevista exclusiva. E ele nem deixou uma explicação. Deve ser por isso (o fato de ninguém entender) que a música não foi/é/será esquecida (daqui a cinquenta anos dirão: "lembra daquele cara que escrevia músicas sem sentido?"). O Renato veio, fez, aconteceu, foi-se e até hoje, sem entender, a gente canta "...sou a gota d'água..."

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